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Abstenção na prova do Revalida de 2013 foi de 10,7%, segundo o MEC

27/08/2013

O Ministério da Educação afirmou nesta segunda-feira (26) que 10,71% dos 1.772 inscritos no Exame de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida) faltaram à primeira fase da prova, aplicada no domingo (25). O exame é obrigatório para médicos formados em universidades de fora do Brasil terem o diploma validado e conseguirem a permissão para exercer a medicina no país.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 190 inscritos não compareceram à prova, que foi aplicada em dez cidades brasileiras. A primeira fase é composta de 110 questões de múltipla escola e por cinco discursivas. Na segunda etapa, que deve ser realizada em Brasília, serão avaliadas as habilidades clínicas — os participantes simulam situações reais de atendimento médico.
Os números do ministério mostram que São Paulo foi a capital com o maior número de participantes (424), seguido de Campo Grande (263) e Rio de Janeiro (196). Candidatos também puderam fazer a primeira fase em Brasília, Rio Branco, Manaus, Salvador, Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre.
Dos 1.772 inscritos, 937 são brasileiros, 467 são bolivianos e 110 são peruanos. Segundo alguns dos 171 médicos inscritos para o Revalida no Acre, a prova aplicada neste domingo não foi difícil, mas extensa demais para o curto período permitido aos candidatos.
Para esta edição, o exame tem a adesão de 37 universidades públicas. Mas pelo menos outras seis universidades públicas fazem um processo paralelo para validar os diplomas de medicina.
Inscrição recorde
O número de inscritos foi recorde para a prova. Em 2012, foram 884 inscritos e 77 aprovados. Em 2011, fizeram a prova 677 pessoas, e 65 conseguiram passar.
O pré-teste do Revalida em estudantes do último ano de cursos de medicina do Brasil, que também aconteceria no dia 25, foi adiado, segundo o MEC.
De acordo com a pasta, 32 instituições indicaram 2.353 formandos para realizar o exame, que pretende "calibrar" a prova. Porém, só 505 confirmaram o interesse em participar do Revalida neste domingo.
Ainda de acordo com o MEC, a Subcomissão de Revalidação de Diplomas Médicos do ministério pretende realizar o Revalida ainda no primeiro semestre do ano que vem, e espera que, então, poderá contar com um número mínimo de formandos no Brasil para a realização do estudo. Segundo o ministério, esse pré-teste "é de fundamental importância para a qualificação do exame".
Sobre o exame
O Revalida é um exame nacional criado pelo Ministério de Educação que representa a porta de entrada tanto para estrangeiros quanto brasileiros que se formaram no exterior exercerem a medicina no Brasil. Ele é uma exigência para que o diploma seja válido no país e foi criado em 2011 com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina.
Segundo informações divulgadas no site do Inep, o exame cobra habilidades e competências das cinco grandes áreas da medicina: cirurgia; medicina de família e comunidade; pediatria; ginecologia-obstetrícia e clínica médica. Há níveis de desempenho esperados para as habilidades específicas de cada área.
O exame é aplicado em duas etapas: avaliação escrita, composta por uma prova objetiva, com questões de múltipla escolha, e uma prova discursiva. Numa segunda etapa, é realizada a avaliação de habilidades clínicas.

Pelo exame, enquanto o médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do diploma pelas instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no país. Se um médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer o exame do ano seguinte.

Na edição de 2012, 884 pessoas de várias partes do mundo se inscreveram para o Revalida, e apenas 77 (menos de 9%) conseguiram a aprovação no exame. O Brasil respondeu pela grande maioria dos inscritos (560), mas apenas 7% dos candidatos foram aprovados. O país ficou na sexta colocação no ranking de índices de aprovação. Os países que obtiveram o maior êxito neste quesito foram Venezuela (27%) e Cuba (25%), apesar de o número absoluto de inscritos ter sido pequeno. Nenhum candidato com nacionalidade de países da Ásia, África ou América do Norte conseguiu passar na prova do MEC.

Fonte: G1