Mídia / Jornal Fera

Edmondo promove troca de experiências entre professores e diminui 'solidão' da profissão

19/02/2014

Quando a porta da sala de aula se fecha, o professor se vê ali, sozinho, com 30, 40 alunos. Bate insegurança, dúvida, solidão, os educadores costumam dizer. Mas a tecnologia tem ajudado a diminuir essa sensação. O Edmodo, maior rede social do mundo voltada para a educação, tem se fortalecido como um espaço em que, para além de organizar a sala de aula com atividades virtuais, os professores podem trocar experiências boas ou ruins, aprender juntos, compartilhar materiais.

Em seis anos de existência, a rede já reúne mais de 31 milhões de usuários, entre educadores e estudantes, espalhados por 190 países, inclusive no Brasil. Desde 2011, eles organizam a EdmodoCon, um dia inteiro de atividades voltadas ao desenvolvimento profissional.

“Com o Edmodo, é como se estivéssemos abrindo as portas da sala de aula, fazendo com que ela fique mais transparente, diminuindo a solidão do professor”, afirma Cesar Nunes, que há anos utiliza a ferramenta para a formação de professores. Ele tem prestado assessoria à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, que usa o Edmodo em grande escala, como ferramenta oficial da rede.

Nunes conta que a primeira etapa das formações é fazer com que os professores usem a plataforma como se fossem alunos – o que ajuda a diminuir o gap geracional e faz com que os eles compreendam a perspectiva dos estudantes. Isso porque o Edmodo funciona como uma rede social mesmo, em que cada integrante tem um perfil e pode interagir com seus pares. No caso da plataforma, os professores criam turmas e convidam seus alunos a participar de discussões, marcam atividades por um calendário comum, propõem quizzes e indicam materiais interativos relativos aos assuntos debatidos. No seu uso tradicional, o educador convida seus alunos, que são do ensino básico. Nas formações para professores, os moderadores fazem o papel do professor e, os professores, o papel dos alunos.

A segunda etapa das oficinas de Nunes se baseia em usar o potencial do Edmodo para discussões profundas, a partir da troca de experiências práticas. “Conseguimos expor as boas práticas e as discussões não ficam só na teoria”, afirma o especialista. Quando um professor forma um grupo de alunos na plataforma, essa turma recebe um código. Só quem tem esse código pode acompanhar as discussões.

Assim, quando os dilemas e as boas práticas estão sendo discutidas nas oficinas para professores, eles são convidados a mostrar seu trabalho para os colegas. Ao compartilhar o código, esse professor pode mostrar em detalhes como desenvolveu atividades ou resolveu problemas. “Nós criamos heróis dentro da rede, com trabalhos que já existiam e não tinham espaço para ser compartilhados”, diz Nunes.

Para Ana Maria Menezes - coordenadora de tecnologias educacionais da Cultura Inglesa de Uberlândia e usuária do Edmodo desde 2009, quando a plataforma ainda estava no início e nem menu em português tinha - diz que a plataforma ajuda a democratizar o conhecimento. "Antigamente, o poder estava em ter um conhecimento que ninguém tinha. Hoje, essa relação com o conhecimento mudou completamente. Quanto mais você, professor, compartilha o que sabe com os colegas, mais você será procurado como alguém que tem algo a compartilhar."