Mídia / Jornal Fera

MEC cria grupo para estudar a evasão escolar nos institutos federais

26/11/2013

O Ministério da Educação criou um grupo de trabalho para entender as causas e propor soluções para a evasão escolar em cursos técnicos. Segundo portaria publicada na edição desta segunda-feira (25) do "Diário Oficial da União", assinada pelo secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Marco Antonio de Oliveira, o grupo terá 120 dias para concluir o trabalho.
Em abril deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou uma auditoria na rede federal de educação profissionalizante, científica e tecnológica que apontou que os índices de evasão atingiram 24% do total de alunos matriculados nos cursos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (Proeja), além de 19% nos cursos médios subsequentes.
Segundo a portaria publicada nesta segunda, os oito membros que devem integrar o grupo são ligados à Setec e à rede federal. Eles terão a atribuição de "elaborar relatório dos índices de evasão, retenção e conclusão" específicos para as diferentes modalidades de cursos profissionais e tecnológicos, além de "elaborar manual de orientação para o combate à evasão, incluindo o diagnóstico de aluno ingressante com propensão à evasão, identificação das causas e utilização de monitorias, tutorias e reforço
escolar".
A rede federal é formada por 38 institutos federais espalhados por todo o país. A auditoria do TCU avaliou as ações de estrutura e expansão e deu ao MEC 180 dias para apresentar um plano de ação que atenda às recomendações apontadas.
Expansão e evasão
Em abril, o secretário Oliveira afirmou que muitos dos problemas de evasão se deve à "expansão histórica" que a rede de educação profissionalizante vive. "Durante um século tivemos 140 unidades, em pouco mais de 10 anos saltamos para 440 campi. Trata-se de uma expansão histórica, de larga escala e em alta velocidade, o que gera um descompasso", disse ele na época.
Sobre os índices de evasão, o secretário apontou a necessidade de reformular o conteúdo oferecidos aos alunos do Proeja, que geralmente são adultos que não tiveram oportunidade de estudar na idade ideal. Ele citou a possibilidade de misturar conteúdo geral do ensino médio com a formação profissional para que as aulas sejam mais atraentes aos adultos, e a opção de emissão de certificados intermediários após a conclusão de cursos técnicos de curta duração.
Dados fornecidos pelo próprio MEC indicaram ainda um déficit de 7.966 docentes e de 5.702 técnicos de laboratório no primeiro semestre, o que corresponde, respectivamente, a 20% e 24,9% de cada quadro. Segundo o secretário, uma das razões do problema do déficit foi o atraso na aprovação da lei de provimento de cargos que vai garantir a contratação 77 mil docentes e funcionários nos próximos anos, segundo o secretário.


Fonte: Educação do Brasil