Mídia / Jornal Fera

Como universitárias podem empreender na opinião de mulheres de sucesso

27/07/2017

Afinal, quem é a mulher empreendedora brasileira? Uma pesquisa organizada pela Rede Mulher Empreendedora (RME), rede de apoio ao tema, traçou o perfil de 1.376 mil mulheres brasileiras que tem o seu próprio negócio (85%) ou pretendem empreender nos próximos 12 meses (15%).

O levantamento identificou que o empreendedorismo vem despertando o interesse das mulheres nos negócios. Considerando os últimos anos, a presença feminina está ganhando cada vez mais espaço no mercado: 42% das entrevistadas iniciaram seus negócios há menos de três anos; 19% de 3 a 6 anos; e 39% já estão no patamar de consolidação e crescimento, fase que se dá a partir de 6 anos de início de operação da empresa.

Hoje, todas as regiões do país – com destaque para capital paulista – possuem mulheres empreendedoras. 22,33% delas estão no Nordeste, Centro-Oeste e Norte; 22,23% em Minas Gerais, Espírito Santo e interior de São Paulo; 20,23% na região Sul; 12,21% no Estado do Rio de Janeiro; e 19,65% na região metropolitana de São Paulo.

Geralmente, a decisão de empreender para a mulher no Brasil está atrelada à flexibilidade de horário, independência financeira e maternidade – 75% das empreendedoras decidiram ter um negócio após serem mães. Isso se explica, especialmente, pelo fato de grande parte das empresas do país ainda não oferecerem benefícios como horários mais flexíveis para funcionárias que têm filhos.


MULHERES EMPREENDEDORAS E NA TECNOLOGIA

No último dia 25 de julho, o Banco Santander promoveu o evento Mulheres Empreendedoras e na Tecnologia. O encontro reuniu quatro mulheres para representar o cenário feminino no empreendedorismo: Ana Fontes, fundadora do Rede Mulher Empreendedora; Alda Rocha, designer e ativista; Cris Arcangeli, fundadora da Beauty’In; e Fabiana Saad, empreendedora e escritora.

Cada uma delas possui negócios diferente, características diferentes e, portanto, uma história diferente. Mas todas elas têm algo em comum: lutam para que as mulheres ganhem cada vez mais espaço no espaço em que atuam. Como, felizmente, o número de mulheres empreendedoras só vem crescendo no mercado, nada melhor do que aprender com elas como criar e gerenciar bem um negócio:

É IMPORTANTE INVESTIR NO QUE GOSTA E TEM AFINIDADE

O primeiro passo para que um negócio dê certo é que a pessoa realmente tenha vontade de empreender, e não esteja abrindo uma empresa apenas por abrir, afinal o trabalho é grande e o custo alto.

Também é essencial que tenha afinidade com o nicho em que irá investir. Ter conhecimento sobre o mercado e o tema com o qual irá trabalhar é necessário para que o empreendedor faça escolhas assertivas em seu negócio; se não entende sobre o que investiu, dificilmente terá os retornos esperados com o empreendimento.

Alda Rocha, designer e ativista, percebeu que, ao mudar o rumo da sua carreira para algo que realmente sentia prazer em trabalhar, começou a observar resultados jamais esperados em sua profissão. O mesmo acontece com o empreendedorismo: se você tem certeza do que quer; tem conhecimento sobre o mercado, finanças, e o nicho com o qual irá trabalhar; e, ainda, gosta da ideia de criar – e gerenciar! – o próprio negócio, saberá conduzir bem a empresa.


POR QUE SER RESILIENTE É FUNDAMENTAL

Resiliência é saber lidar com problemas, adaptar-se às mudanças, superar obstáculos e, especialmente, saber resolver adversidades e superar dificuldades. Fabiana Saad, escritora e empreendedora, defende o fato de que para abrir um negócio e mantê-lo atuante no mercado é fundamental que o empreendedor seja resiliente.

Isso porque, principalmente no começo do negócio, muitas ideias e tentativas podem vir a dar errado. Um planejamento feito incorretamente, falta de dinheiro para arcar com os custos da empresa, entre tantos outros imprevistos que um empreendedor pode vir a enfrentar.

Ser resiliente resume-se em aprender com as falhas cometidas e tirar todo ensinamento necessário de cada uma delas – mesmo que isso signifique desistir de uma ideia, ou até mesmo de um negócio, para investir na coisa certa.


COMO MANTER O NEGÓCIO ABERTO

Só metade das empresas brasileiras duram mais de quatro anos. Quando chegam no período chamado “dor do crescimento” – entre 3 e 6 anos de criação – parte dos negócios abertos não conseguem expandir suas vendas ou ter o crescimento necessário para manter a atuação no mercado.

Para Cris Arcangeli, fundadora da Beauty’In, o sucesso de um negócio está atrelado a seis itens básicos: atitude mental, inteligência emocional, flexibilidade, conhecimento administrativo, resiliência e capacidade de delegar funções corretamente.

De fato, quem empreende deve estar sempre atualizado às tendências de mercado e flexível para atualizar seu negócio quando necessário. Também nunca pode parar de estudar – especialmente sobre o setor em que atua.

Pessoas que abrem um negócio sem ter o mínimo de conhecimento a respeito de gestão de pessoas, planejamento estratégico, finanças e, principalmente, assunto com que vão trabalhar, dificilmente conseguem manter a empresa competitiva no mercado.


Fonte: Giulianna Gaspareto - Universia Brasil