Mídia / Jornal Fera

Psicólogos dão dicas para escolher o curso ideal

30/09/2014

Escolher qual curso vai fazer no ensino superior é um dilema que toma conta da cabeça de muitos jovens. No 3º ano e no pré-vestibular, essa decisão fica cada vez mais próxima e as dúvidas maiores. Até agora - praticamente no meio do ano letivo - ainda há estudante decidindo a futura profissão. Mas será que ainda é possível mudar de ideia sem prejudicar a preparação para as provas?

Para o coordenador do pré-vestibular UP, Dorian Rangel, quanto mais cedo a decisão for tomada, melhor. No entanto, isso não significa que mudar a essa altura do campeonato e conseguir um bom resultado seja impossível. "Isso exige do aluno uma disciplina maior e mais sacrifícios. Especialmente nos casos de cursos com mais concorrência, porque o aluno terá que alcançar os seus objetivos de uma forma mais rápida", afirma.

Ele explica que a mudança é mais complicada quando os cursos são de grande concorrência e de áreas diferentes. Um aluno que iria tentar Direito, por exemplo, teria de se preparar para fazer discursivas de Português e História. Se ele decide pela Medicina, as provas são de Biologia e Química.

"Uma alternativa é usar as férias para recuperar o que foi perdido. No caso de trocar para a mesma área, isso se torna mais tranquilo, mas o aluno deve aumentar a dedicação. No pré-vestibular avaliamos cada caso", frisa.

O coordenador das unidades do COC, em Vitória, Túlio Marques, afirmou que a escola presta atendimento individual para alunos que decidem trocar de curso. "Claro que sempre vai existir uma perda. Mas tentamos minimizar atendendo individualmente e ampliando os plantões", diz.

Segundo ele, há casos de estudantes que mudam radicalmente na hora da inscrição. "A escola está aqui para atendê-los", destaca. Ele acredita que ainda há tempo para o aluno decidir. "Não seria o momento ideal, mas ainda é possível organizar os estudos do segundo semestre", diz.

Para psicólogo, pressão dos pais pode atrapalhar escolha

A estudante Natália Petri, de 17 anos, estava decidida por tentar Biologia, mas depois de ter começado o pré-vestibular resolveu trocar para Geografia. "Queria fazer Biologia Marinha, mas vi que no curso tinha muita coisa que eu não queria estudar", diz. Foi então que ela resolveu examinar as grades curriculares de alguns cursos e, enfim, decidiu.

"No começo, o pessoal achou estranho, porque eu tenho uma irmã que é bióloga, mas depois a família me apoiou", revela. Ela conta que fez testes vocacionais e conversou com profissionais e amigos.

O psicólogo e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que trabalha com orientação profissional, Elizeu Borloti explica que conhecer o que se vai estudar na faculdade e as diversas áreas de atuação é fundamental. "Se as dúvidas não forem sanadas na última hora, o aluno pode escolher por critérios escusos, como medo da concorrência, ou pressão dos pais".

Para Borloti, é importante que a família ajude a orientar, mas não pressione. "Em geral, quem tem essa dificuldade também apresenta problemas para fazer outras escolhas na vida", pondera. O psicólogo reforça que é importante buscar ajuda profissional em caso de dúvida.

Fonte: Gazeta Online