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“Se você tem uma ambição para a sua vida, NADA é difícil demais”, diz jovem brasileiro aprovado em universidade americana

17/01/2017

Estudar fora do Brasil era algo que não passava pela cabeça do Gustavo de Almeida Silva até ele participar de um programa de verão em Yale, nos Estados Unidos, em 2014. Mas esse foi a primeira de muitas conquistas. Estudioso, o rapaz de 18 anos, nascido na periferia de São Paulo, conquistou uma bolsa de estudo na Universidade Dartmouth, também nos EUA, uma das melhores universidades do mundo e quer usar o seu aprendizado para ajudar outros jovens brasileiros.

Aluno de uma escola pública no Jaçanã, bairro da Zona Norte da capital paulista, até o nono ano, Gustavo conquistou uma bolsa para um renomado colégio particular de São Paulo e viu suas oportunidades se ampliarem a partir de então. Porém, a dedicação aos estudos vem desde sempre. “Sempre fui muito dedicado à minha educação, conquistar a bolsa me permitiu pensar em alcançar oportunidades que eu nem considerava, como me formar em uma universidade”, conta.

Ele explica que, apesar de a bolsa ter sido fundamental, ter contado com o apoio da família e de professores fez a diferença em seu trajeto acadêmico. “O suporte de professores incríveis que eu tive antes de ir para o colégio particular e o apoio da minha família, que sempre priorizou minha educação, foram pilares para as minhas conquistas acadêmicas e pessoais”, diz.

A ideia de estudar fora, porém, só veio após a mudança para a escola particular. Gustavo foi beneficiado pelo programa Ismart, que dá a chance de alunos de baixa renda e bom desempenho estudarem em colégios particulares. Foi lá que ele teve a chance de cursar um programa de verão em Yale. “Nesse programa, eu tive a oportunidade de vivenciar um pouco da realidade em um campus de uma universidade americana de elite. Eu voltei das três semanas do programa determinado a tentar uma vaga em um ambiente semelhante para o meu ensino superior”.

A ritmo de estudos para realizar o sonho recém-adquirido, no entanto, era puxado. “Eu acordava todos os dias às 4:45 da manhã para poder chegar na minha escola, que ficava do outro lado da cidade, até às 7h. Em casa, eu me dedicava a fazer tarefas e estudar”. Saber dividir o tempo de acordo com prioridades foi uma das estratégias adotadas pelo jovem. “Uma coisa que me ajudou foi priorizar meu tempo para o que eu julgava ser mais importante no momento e não abrir mão de fazer coisas que me deixavam feliz, como ir ao cinema e desenhar”, explica.

A rotina exaustiva, porém, fez Gustavo ter dúvidas quanto ao futuro, mas ele persistiu. “Constantemente eu pensava que meu esforço terminaria sendo inútil, principalmente porque meus primeiros resultados nas provas foram bem baixos, mas eu não gostava da ideia de pular fora antes de saber se aquilo iria dar certo ou não”, conta. Para dar início ao processo de admissão em universidades fora do Brasil, ele buscou apoio em organizações especializadas em dar auxílio a jovens que desejam estudar nos EUA – e que contam com programas para alunos de baixa renda – como a EducationUSA.

A escolha de Dartmouth veio da vontade de viver em um ambiente diferente daquele no qual ele tinha nascido e crescido e também do posicionamento da universidade em questões sociais como o combate à pobreza. Admito pelo programa King Scholars, que dá bolsas a alunos de países subdesenvolvidos e que têm interesse em combater pobreza e desigualdade social, Gustavo tem tido a chance de conhecer grandes organizações voltadas para o tema. “Ele [o programa] tem me dado acesso a oportunidades incríveis, como visitar organizações líderes em impacto social, como a Unicef, por exemplo”, conta.

Estudando há um semestre por lá, o jovem já está entre os três melhores alunos das matérias que completou, algo que surpreendeu a ele próprio. “Vindo de outro país, não tendo inglês como língua materna e sabendo do nível de cobrança de uma universidade como Dartmouth, eu sinceramente não esperava um resultado muito bom para meu primeiro trimestre. Isso me deixa bastante entusiasmado para os próximos trimestres e o que vem adiante. ”

Para o futuro, Gustavo ainda não sabe muito bem o que fará, mas tem uma certeza: quer ajudar outros jovens a conquistar seus sonhos, assim como ele. “Eu me imagino de volta ao Brasil trabalhando com impacto social. Se você tem uma ambição para a sua vida, não deixe que nenhum pensamento ou pessoa te diga que o que você quer é difícil demais, grande demais ou impossível”, conta.

Fonte: Universia Brasil