Mídia / Jornal Fera

Segundo IBGE, educação avança inclusive no maior acesso à universidade

18/12/2014

Os principais indicadores de educação no Brasil avançaram de 2004 a 2013, a exemplo do maior acesso à universidade, inclusive pelas pessoas mais pobres, e ampliação dos anos de estudo das pessoas de mais de 25 anos de idade, cuja expansão foi mais intensa para a faixa de renda dos 20% com menores salários. Existem, porém, muitos gargalos a serem enfrentados. Entre os quais estão o atraso escolar, que resiste em cair especialmente nas regiões Sul e Sudeste, e o abandono das adolescentes que têm pelo menos um filho.

Pelos dados da Síntese de indicadores sociais do IBGE, 88,4% das mulheres de 15 a 17 anos sem filhos estudavam em 2013. Já para aquelas que já eram mães, o percentual era só de 28,4%. O problema é que, praticamente, faltou avanço frente a 2004, quando 25,4% das jovens dessa faixa etária com filhos deixavam de frequentar a escola. “É um aumento muito marginal para o período e não acompanha a melhora de outros indicadores de educação”, declarou em Brasília, Cíntia Agostinho, pesquisadora do IBGE.

Os dados mostram que a maternidade precoce empurra as adolescentes para fora do sistema de ensino e é necessário planejar políticas específicas para mantê-las estudando, segundo Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE e especialista em indicadores sociais. Outro gargalo é o atraso escolar. A proporção de adolescentes de 13 a 16 anos, que estavam fora da série correspondente à sua idade, caiu de 47,1% do total de pessoas nessa faixa para 41,4% entre 2004 e 2013.

A melhora decorreu graças à redução de Nordeste, de 64,5% para 52,2%; Norte, de 64,5% para 55,2%; e Centro-Oeste, de 42,4% para 34,6%. Nas regiões ricas do Sudeste e Sul, a evolução favorável quase ficou despercebida. A proporção de alunos fora da série correta para sua idade permaneceu em 31,5% no Sudeste em 2013, quase mesmo percentual de 2004, que foi de 31,3%. Um dado positivo é o aumento dos alunos matriculados em universidades públicas que integravam as famílias na faixa das 20% mais pobres. O percentual era de apenas 1,7% do total de alunos das universidades públicas em 2004. Passou para 7,2% em 2013.

Entre 2004 e 2013, a proporção de pessoas da faixa etária 25 a 34 anos com ensino superior completo praticamente dobrou: passou de 8,1% em 2004 para 15,2% em 2013. O percentual, porém, é o menor se comparado aos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e inferior a nações como México, Chile e Turquia.

Fonte: O Povo