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UEPG cria revista que ensina como fazer boa redação para o vestibular

10/10/2013

Cinco redações elaboradas por candidatos do Vestibular de Inverno 2013 da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), na região dos Campos Gerais, no Paraná, foram reunidas em uma revista, que ensina como fazer um bom texto. A primeira edição começou a ser distribuída nas bibliotecas das escolas públicas e particulares da região no início de outubro, e até o fim do mês, vai estar disponível na internet.
De acordo com a coordenadora pedagógica da Comissão Permanente de Seleção (CPS), Aline Emilio, a publicação apresenta um texto com nota acima da média, uma dissertação com conceito médio, uma redação que pontuou abaixo da média e outras duas que zeraram. “Queremos tirar os mitos que envolvem a redação, quais são os critérios de avaliação, os temas e o que pode zerar uma dissertação”, esclarece.

A ideia é elaborar a revista a cada dois anos com textos dos vestibulares de inverno da universidade. Segundo a coordenadora, o periódico não é direcionado apenas para candidatos, mas também para estudantes, profissionais de ensino e interessados na construção do texto.
No vestibular da UEPG, a redação vale 670 pontos. Todos os candidatos precisam elaborar o texto com base em uma proposta estabelecida na prova. Segundo Aline, até 2012, os concursos indicavam dois temas à escolha do concorrente, mas a regra foi alterada. “Duas propostas diferentes confundiam os estudantes e eles misturavam os assuntos e tipos de composição, como narrativa e dissertativa. Tentamos simplificar”, explica a coordenadora.
Aline ressalta que os candidatos precisam estar preparados para a questão mais importante do vestibular. “Os estudantes sempre ficam inseguros quando pensam na redação. Mas eles precisam ter em mente que, muitas vezes, a decisão de uma vaga é feita pela pontuação obtida na redação”, declara. Segundo a coordenadora, de um a dois por cento das redações dos vestibulares da UEPG recebem nota zero.
Revista aponta erros e acertos
Os cinco textos foram selecionados por especialistas de linguística. Eles identificaram os motivos que fizeram cada redação receber a nota final apontando erros e acertos. No concurso de inverno foram apresentados três argumentos com o tema “herói”. Uma delas era uma charge do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, com os dizeres “o verdadeiro herói do martelo”. A segunda perguntava “quem merece ser chamado de herói?”. O último fragmento mostrava os possíveis heróis que fizeram diferença na vida de uma pessoa. A ideia principal da redação era desenvolver um texto, com bases nos apontamentos, para mostrar onde está o verdadeiro herói, na opinião do candidato.

Na redação acima da média, a revista aponta que o autor conseguiu sustentar os argumentos, além de seguir a introdução e chegar a uma conclusão. Segundo as explicações dos especialistas, a pontuação, a concordância e a estruturação do texto revelaram domínio da escrita, garantindo uma boa pontuação.
A redação que atingiu a média não garantiu boa pontuação, pois deixou de colocar sua posição sobre a temática “herói”. Apesar do texto coerente, “o nível de informatividade não foi expressivo”, segundo as explicações dos especialistas.
Quanto ao texto abaixo da média, o candidato falhou na coerência da estrutura da redação, além de não estabelecer relação entre o título e o texto. O autor também se contradisse nas argumentações e utilizou-se do senso comum para elaborar a escrita.
Redações zeradas
Segundo a coordenadora pedagógica, um dos concorrentes que zerou a prova copiou fragmentos dos textos de apoio apresentados no teste e transcreveu para a redação. “Em nenhum momento este candidato elaborou uma opinião e por isso, zerou a redação”, explica.
O outro estudante errou ao escrever uma narração e não uma opinião dissertativa-argumentativa, como foi solicitada no enunciado da prova. “Ele se afastou da proposta e desenvolveu um relato, ou seja, narrou um fato sem se utilizar de argumentos”, esclarece a coordenadora. Além desses exemplos, outro motivo que pode zerar uma redação é a grafia do candidato. A letra inelegível pode prejudicar o entendimento do texto.
Para Aline, a dica principal para elaborar um bom texto é unir a leitura à pratica. “O candidato precisa ser um bom leitor e praticar a escrita. Quem não pratica, não sabe estruturar um texto. Quem não lê, não tem argumentos suficientes. A leitura e a escrita caminham juntas”, afirma. A coordenadora acredita que quem segue essa orientação, atende qualquer proposta.


Fonte: G1 Enem